Fotos: Charles Guerra (Diário)
María Paula é argentina e ensina técnicas vocais, em Santa Maria, para músicos experientes e para quem ainda está começando
A musicista María Paula Rodriguez, 32 anos, tem relação profunda com a música desde a infância. Estudante do mundo das melodias desde os 8 anos, a argentina de Santa Fé afirma que a música a escolheu e que não se imagina em outro caminho ou com outras escolhas. Para ela, a felicidade está atrelada à música. Convicta do que nasceu para fazer, aos poucos, María Paula começou a compartilhar seu dom e técnicas com outras pessoas que, assim como ela, vivem a música em toda a sua essência.
Aos 17 anos, a então estudante do Ensino Médio, vivenciou uma crise econômica e política na Argentina. Essa situação fez com que ela começasse a trabalhar cedo. Afinal, à época, a incerteza do futuro econômico era assunto de muitos lares argentinos. Foi nesse contexto que, ao invés de estudar Medicina, profissão comum na sua família, ela entrou nos cursos de Licenciatura e Bacharelado Canto da Universidade Nacional del Litoral (UNL). Em 2006, o desejo de independência financeira a motivou a lecionar iniciação, técnica e canto, a domicílio.
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- Meu primeiro lugar de trabalho foi o El Taller Casa de Arte, a convite de Dario Giles, um empreendedor de Santa Fé que, para mim, é exemplo de gestão cultural. Entre as minhas referências, destaco ainda meus professores de música e Santa Fé Jazz Ensamble, uma big band de jazz que ensina música gratuitamente há mais de 30 anos - referencia María Paula.
EM SANTA MARIA
Na trajetória musical, María Paula passou por vários centros culturais no Brasil e na Argentina, onde experimentou diferentes maneiras de ensinar e gerir as aulas. No Coração do Rio Grande, sempre com o apoio do marido, o professor do curso de Engenharia Acústica da UFSM João Kanieski, 33 anos, ela compartilha sua técnica com dezenas de alunos, já experientes ou iniciantes na música. Aulas em grupo, apresentações de final de ano, encontros entre alunos, imersões na natureza e shows variados fazem parte das aulas.
Para o estudante de música Gabriel Zeppe, 22 anos, as aulas de María Paula foram inspiração para que ele passasse a ver a música de outra forma. Valorizar a letra e dar ênfase à expressão vocal é um dos pontos que mais aprendeu com a professora.
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- María Paula mescla os estilos de uma forma muito interessante. Seu talento vai do erudito ao popular com facilidade, além de transmitir o principal: a emoção da música - afirma Zeppe.
Artista, Deivid Gomes, 31 anos, dedicação María Paula é argentina e ensina técnicas vocais, em Santa Maria, para músicos experientes e para quem ainda está começando já cantava antes de conhecer a professora, mas confessa que tinha dificuldades. Conviver com María Paula deu a ele oportunidade de aprimorar o que sabia, neste caso, a técnica vocal de atuação. Formado em artes cênicas, pianista e tecladista, Gomes destaca a interação que María Paula faz entre a voz e o corpo. Na opinião do artista, a sensibilidade e excelente trato com os alunos reforçam a bagagem erudita da professora.
- Faço aula em grupo, onde tenho a oportunidade de aprender com colegas experientes. E o ensino de María Paula é diferenciado - recomenda o artista.
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A professora reconhece o acolhimento que recebeu em Santa Maria. Com o professor de música Gabriel Opitz e outros colegas, ela divide uma sala, no bairro Nossa Senhora das Dores, onde dá aulas. Segundo a musicista, a parceria com Opitz deu a ela grandes oportunidades no Estado.
- Conhecei a cidade em 2008, em um intercâmbio entre a UNL e UFSM. Com o incentivo de Gabriel e de Fernando Graciola, dei aula e desenvolvi o projeto Sul do Mundo. Sou grata a todos que me deram oportunidade aqui - diz. exercíciO
María Paula acrescenta, ainda, que a técnica vocal faz para a voz o que o exercício físico faz para o corpo. Ela ensina que, para o corpo ficar melhor, as pessoas têm que se amar e respeitar. Da mesma forma, é com a voz.
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- Nosso instrumento de trabalho é interno. Ao cantar, atuamos com imaginação e sensações que comandam nosso corpo. Como flautista, encontrei a maneira certa de ensinar os alunos a trabalharem a coluna de ar. Ao estudar percussão, aprendi a gerir o canto grupal e a criar arranjos vocais que auxiliassem quem está começando a cantar. Observar como um trombonista estuda diferentes articulações me ajudou como intérprete e aajudar os alunos a discernir técnica e estética - explica.
Mãe da pequena Indaiá Rodriguez Kanieski, 1 ano, a cantora administra o tempo entre as aulas e os cuidados com a pequena. Incapaz de ficar longe da música, divide o trabalho em atividades distintas, tais como ensaios, encontros, aulas, divulgação e planejamento, distribuídas em três turnos.
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Nesse contexto, María Paula conta que aprendeu a usar a tecnologia para divulgar o trabalho. Aplicativos, redes sociais, vídeo aulas e outros materiais de estudo on-line fazem parte da rotina da professora. Para tudo isso, María Paula conta com a irmã, Maria Julia Rodriguez.
- Criei, graças à iniciativa de alguns amigos e colegas do EntreAutores, um coral de música Autoral, que trabalha técnica e monta arranjos de compositores santa-marienses. É um lindo desafio que tem vagas abertas. Ensaiamos às quintas-feiras, das 19 às 21h. Ocasionalmente, ofereço também coaching para bandas e cantores da cidade - comenta.
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PERSPECTIVAS
María Paula está cheia de planos. Inspirada pelo coletivo de músicos EntreAutores, sonha em realizar um projeto de músicas autorais.
- Minha ideia é crescer no que faço. Além do mais, sou atenta aos momentos de parar. Entre os valores que defendo, está o ócio recreativo, sem o qual não vou ter produção própria, canção nova ou arranjo para o coral. Espero sempre encontrar pessoas interessadas nas propostas musicais. Amo trabalhar e não sei viver longe da correria do dia a dia. Meu sonho? Montar uma escola de canto. Mas vou em frente devagar - conclui.
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PARA CANTAR TAMBÉM
O valor das aulas com María Paula varia conforme a modalidade. Confira, abaixo: